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Esta publicação reúne releituras de textos de palestras e mesas redondas apresentadas no Seminário comemorativo dos 25 anos do Projeto Ensino de Inglês Instrumental em Universidades Brasileiras – Projeto ESP, realizado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
O volume faz um resgate histórico desse Projeto e do desenvolvimento da abordagem instrumental na área de língua inglesa, portuguesa e francesa, na PUCSP e em algumas universidades federais do país. Além de reunir histórias vividas, mas pouco contadas, também apresenta uma reflexão sobre o impacto de projetos e discute aspectos teóricos do discurso. (...)
Os autores, seus relatos e suas reflexões agregam ao volume um valor inestimável, simultaneamente retrospectivo e prospectivo, pois permitem um resgate da trajetória da abordagem instrumental no Brasil, ao mesmo tempo em que sinalizam possíveis caminhos e desdobramentos. (As organizadoras)
PREFÁCIO (Maximina M. Freire)
Olhando para o passado, seguindo rumo ao futuro...
Nada começa de repente, nem se sustenta no vazio. Nada vinga de semente infértil em solo improdutivo, nem floresce sem determinação e cuidados. Nada evolui se não de raízes potencialmente fortes, nem se desenvolve sem desbravar seus próprios caminhos. Nada conquista espaço sem exercitar um vir-a-ser diário e se responsabilizar pelo próprio percurso, sobrevivendo a obstáculos, preconceitos e mitos, fortificando-se nos desencontros. Nada escreve e reescreve a própria história, sem resgatar memórias, sem construir e reconstruir, continuamente, a própria identidade. Assim são as grandes ideias, os projetos de trabalho e de vida, as grandes realizações. Assim se caracteriza a Abordagem Instrumental no Brasil.
A história da abordagem foi — e continua sendo — uma história de rupturas e desbravamentos: não apenas geográficos, considerando a dimensão continental de nosso território, mas de perspectivas, de visões de ensino-aprendizagem, de padrões e crenças cristalizadas que, ainda hoje, questionam a pertinência de ensinar língua estrangeira, ministrando aulas em língua materna ou revelam uma visão reducionista da abordagem, associando-a ao ensino de leitura e/ou de estratégias de leitura. Romper barreiras não é tarefa simples e imediata; reformular o pensamento, tampouco: é trabalho para formigas laboriosas e persistentes que, apesar de todas as dificuldades, continuam determinadas pelos objetivos que as movem e seguras de que seus esforços serão recompensados, suas metas serão atingidas e, ao final, novos desafios emergirão.
Formigas laboriosas e persistentes foram os profissionais que idealizaram e os que se engajaram no pioneiro Projeto Nacional Ensino de Inglês Instrumental em Universidades Brasileiras. Assim, também, continuam sendo os que se desenvolvem acadêmica e profissionalmente a partir de seus pressupostos e descobertas, garantindo a sobrevivência de seus princípios e o desenvolvimento de novos frutos, materializados em projetos inéditos, em articulações e contribuições teóricas originais, na constituição de grupos de pesquisa, na formação contínua de professores e na inclusão de disciplinas voltadas ao ensino instrumental de línguas nos cursos de nível médio e superior, bem como na oferta de cursos de extensão e especialização.
Olhando para o passado, para uma história de mais de 25 anos, constatamos que o Projeto se desenvolveu e se mantém vivo, a partir de professores pesquisadores que se dedicaram à investigação de necessidades, expectativas e lacunas de aprendizagem, e à caracterização de diversos contextos, perfis profissionais, gêneros textuais e atividades de trabalho, a fim de planejar cursos direcionados às especificidades identificadas. Esses professores, naturalmente, se engajavam em uma prática reflexiva como rotina para o desenho de cursos, definição de syllabus, elaboração de materiais, condução de aulas e avaliação de resultados. Tornavam-se, tacitamente, portanto, profissionais reflexivos, atentos aos significados e impactos ocorridos antes, durante e depois de suas ações, nas aulas que planejavam e ministravam. Além disso, preocupavam-se em formar alunos igualmente reflexivos, investigadores dos processos que desenvolviam e conscientes da auto-estima que, gradativamente, iam conquistando, à medida que conseguiram utilizar o idioma estrangeiro para atingir propósitos específicos de cunho acadêmico e/ou profissional.
Ampliando esse perfil, tornavam-se professores colaboradores, empenhados no intercâmbio de experiências, questionamentos, materiais e resultados que eram, e continuam sendo, compartilhados nos Seminários Nacionais e Regionais, ilustrando, assim, a construção de conhecimento em rede. A Abordagem Instrumental, portanto, encontrou artífices dedicados e fiéis nos docentes acima: profissionais que, convencidos do potencial da abordagem, vivenciaram na prática e com antecedência, o que seria, anos depois, reconhecido, teorizado e nomeado.
Olhando para o futuro, sem deixar de lado as experiências do passado, vários são os caminhos que se descortinam à nossa frente, para o planejamento e operacionalização de cursos; definição de conteúdos e procedimentos pedagógicos; preparação, adaptação e avaliação de material impresso e digital; formação de professores em/para ambientes presenciais e a distância. Fica a certeza de que o nosso olhar precisa ser, ao mesmo tempo, prospectivo e retrospectivo, para que não percamos a oportunidade de continuar buscando novos caminhos, sem esquecer da origem, dos fundamentos, das conquistas prévias. Fica o desejo de que, ao ler este volume, ao resgatar e reviver uma história pioneira e bem sucedida, possamos articular alternativas de futuro que nos mobilizem a registrar, daqui a algum tempo, novas memórias e a continuidade de uma história que não termina aqui, não se conclui agora.
SUMÁRIO:
REVIVENDO A AVENTURA: DESAFIOS, ENCONTROS E DESENCONTROS
Maria Antonieta Alba Celani
Doutora em Letras (Inglês) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP).
A HISTÓRIA DA ABORDAGEM INSTRUMENTAL NA PUCSP
Rosinda de Castro Guerra Ramos
Doutora em Lingüística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP).
PORTUGUÊS INSTRUMENTAL: UM PERCURSO
Anna Maria Marques Cintra
Doutora em Linguística pela Universidade de São Paulo (USP).
TRAJETO DO FRANCÊS INSTRUMENTAL NO BRASIL
Jelssa Ciardi Avolio
Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP).
O INGLÊS INSTRUMENTAL NA UFPE: CONTRIBUIÇÕES, TENDÊNCIAS E MUDANÇAS
Abuêndia Padilha Pinto
Doutora em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP).
A INTERFACE DO PROJETO NACIONAL ENSINO DE INGLÊS INSTRUMENTAL E A UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
Célia Assunção Figueiredo
Doutora em Lingüística Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), São Paulo.
A AVENTURA DO INSTRUMENTAL NA UFRJ
Myriam Brito Corrêa Nunes
Doutora em Lingüística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP).
IMPACT: WHAT HAPPENS IN THE LONG RUN?
John Holmes
Ph.D pela Universidade de Lancaster,lecturer em TESOL na Universidade de Leeds (Inglaterra).
LITERACY TRANSFER: COMMONALITIES BETWEEN RESEARCH REPORTS AND ADVERTISING DISCOURSE AS AN AID TO THE TEACHING OF READING IN EAP
Tony Deyes
mestre pela Universidade de Aston (Inglaterra).
REFERÊNCIAS
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