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Coleção TerramaR
Linguagem e Gozo
Nina Virginia de Araujo Leite, Suely Aires, Viviane Veras.
ISBN: 978-85-7591-070-2
Formato: 16 x 23 cm | Acabamento: Brochura
Páginas: 16 x 23 cm | Ano: 2009 | Edição: 1
Idioma: Português
Preço: R$ 0,00

(Organização: Nina Virgínia de Araújo Leite, Suely Aires e Viviane Veras)

 

Sinopse:

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O conceito de gozo surge tardiamente na obra de Lacan – no Seminário 7: a ética da psicanálise (1959-1960) –, se o comparamos à precoce incidência da linguagem em sua teorização (1953). Inicialmente derivado da pulsão de morte freudiana, o conceito de gozo vem incluir-se como questão ao longo das formulações lacanianas, e insiste disseminado, trabalhado na língua. Apresentar uma reflexão sobre o gozo a partir de sua articulação com a linguagem implica, de imediato, um pressuposto: não há identificação do ser com o corpo. O ser falante tem um corpo pulsional que é constituído pela incidência da linguagem no real do organismo. Deste modo, os caminhos do gozo estarão inarredavelmente atrelados aos efeitos do significante. Pensar o gozo no contexto dessa determinação levou Lacan a postular outra substância diversa daquelas apresentadas por Descartes: a substância gozante, na medida em que a substância do corpo é definida como aquilo de que se goza. Um corpo, isso se goza. Entretanto, se o gozo é materialmente determinado pelo significante, paradoxalmente é o próprio significante que vem fazer alto ao gozo, impondo a necessidade de refletirmos sobre a perda de gozo que a linguagem introduz. Na presente coletânea encontramos algo como uma caleidoscopia da relação entre linguagem e gozo, distribuída em quatro passagens temáticas: (1) na literatura, (2) outr arte, (3) na clínica e (4) na contemporaneidade.

Há livros para os quais é preciso ter orelha. Escutar é preciso. E é disso que falam os escritos aqui recolhidos. Trata-se mesmo de escutar, de ler em voz alta o que se escreve além dos sentidos, como gozo, em Joyce, Artaud, Woolf, Greenaway, Wolfson e tantos chamados a essa escuta de outros, de que palavra Pessoa, criando ritmos verbais, tocando o corpo das palavras.
Há livros para os quais é preciso ter orelha.
Quanto à do livro, basta pensar uma vez para achar estranho escrever uma orelha, ou escrever nas orelhas. Para que servem, afinal? Viradas para dentro, tapadas, muitas vezes postadas na fresta em que a leitura se interrompeu? Mas um livro sem orelhas deixa sua capa sem dobras, sem lugar para a pulga que o poeta Drummond, lidando com coisas e palavras, deixa em seu Poema-orelha, orelha ou boca sequiosa de palavras?. E, embora a orelha pouco explique do livro, o poeta fia-se nela para recomendá-lo ao leitor.
Há livros para os quais é preciso ter orelha.
Na orla, na margem, no beiral, as orelhas se abrem para que as vozes atravessem o livro e ressoem. Que o livro seja menos para entender e mais para espicaçar, para levar a becos sem saída, para contrariar nossos valores. Escutar é preciso. Ecos de Pessoa e de um escrito no folhear de Bernardo Soares: Apenas é compreensível dar bons conselhos aos outros para saber bem, ao agir o contrário, que somos bem nós, bem em desacordo. (Viviane Veras)

SUMÁRIO DA OBRA

APRESENTAÇÃO

... NA LITERATURA

JOYCE E LACAN: UM GOZO DITO OPACO
Cláudia Thereza Guimarães de Lemos

VERTIGEM E DISPERSÃO OU DOS MODOS DE GOZO EMCLARICE LISPECTOR E EM VIRGINIA WOOLF
Flávia Trocoli

O JOYCE DE LACAN E (´) O NOSSO
Luiz Alberto de Miranda

ANTONIN ARTAUD: ARTE E SUBJETIVIDADE
Sonia Borges

1 - 1 = O : SUBTRAÇÕES PSÍQUICAS
Edson de Sousa


... OUTR ARTE

UMA CALIGRAFIA CINEMATOGRÁFICA: SOBRE ESCRITA,CORPO, CINEMA E PSICANÁLISE
Heloisa Caldas

O(A)BJETO: REFLEXÕES EM TORNO DASOCIEDADE E DA ARTE CONTEMPORÂNEAS
Marcio Pizarro

LALÍNGUA: TERRITÓRIO DO GOZO / GOZO: TERRITÓRIO DE LALÍNGUA
Nina Virginia de Araújo Leite

GOZO: O QUE NÃO TEM CONCERTO NEM NUNCA TERÁ
Viviane Veras


... NA CLÍNICA

INVOCAÇÃO E MALDIÇÃO
Angela Vorcaro e Flávia G. Dutra

A VOZ EM SILÊNCIO
Cláudia Aparecida de Oliveira Leite

MARCAS CORPORAIS: GOZO E PSICOSE
Suely Aires

ANOREXIAS: GOZO OU BARREIRA
Eliana Benguela


... NA CONTEMPORANEIDADE

DA CONDIÇÃO DE SUJEITO NA CULTURA ATUAL
Eduardo Verano

O POUCO DE LIBERDADE
Ricardo Goldenberg

O DISCURSO DO CAPITALISTA, A PSICANÁLISE E A EDUCAÇÃO
Rinaldo Voltolini


(capa: Vande Rotta Gomide)
(foto: Rennato Testa)


Sobre os Autores:
Nina Virginia de Araujo Leite - Psicanalista. Professora Titular IEL / Unicamp. Coordenadora Coleção Terramar, Editora Mercado de Letras. Coordenadora Coleção Litorais da Psicanálise, Editora da Unicamp.

Suely Aires - Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia, formação em Psicanálise - Associação Freudiana da Bahia - e mestrado e doutorado em Filosofia (bolsista CNPq) pela Universidade Estadual de Campinas. Atualmente é docente de teoria e clínica psicanalítica na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, onde exerce a função de coordenadora do Serviço de Psicologia. É membro do Colégio de Psicanálise da Bahia e membro fundador do Centro de Pesquisa Outrarte: psicanálise entre ciência e arte (Unicamp). Faz parte do grupo de sustentação do GT de Filosofia e Psicanálise (Anpof). É organizadora das seguintes obras: Ensaios de Filosofia e Psicanálise (Mercado de Letras 2008) (com Ribeiro, CV) e Linguagem e Gozo (Mercado de Letras 2007( (com Leite, Nina V.A e Veras, V), além de vários artigos publicados em livros e revistas.

Viviane Veras -

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