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Contraditoriamente pelo viés do senso comum e até mesmo oficial, há o hábito social de se justificar o uso da violência para se combater a própria violência, como no caso da pena de morte. De acordo com a pesquisa apresentada nesta obra, ressalta-se que não cabe, a bem da educação, admitir a prevalência do instinto agressivo sobre as pulsões vitais na sociedade, sob pena de se perder de vista possibilidades de autopreservação da civilização em meio à barbárie. Por esses princípios, não existe melhor maneira de combater a violência e a ideologia do que aquela de não silenciar, seja pela atuação nas instituições, seja pela elaboração de pesquisas que objetivem barrar “o futuro grandioso da desumanidade” (Adorno 1995). Não por acaso, a teoria crítica frankfurtiana embasa essa pesquisa sobre a pena de morte por se entender que esta manifesta um fragmento da violência como elemento de alienação, deformação cultural e educacional para além da seara jurídica. O problema da pena capital reflete o fracasso social em lidar com a educação e a preservação da vida em todos os sentidos. Não obstante, Adorno (1995) insiste em chamar a atenção para a importância de produzir pesquisas e estudos que possam impedir o futuro da barbárie no âmbito de todas as áreas do conhecimento, sobretudo, pela Psicologia e pela Educação. Essa reação seria a melhor maneira de prevenir a violência e constituir resistência em prol da humanização irrestrita. Só conjuntamente, de modo amplo se poderia entender os fundamentos dos processos subjetivos que levam à frieza humana, ao caráter manipulador fascista, de pensamentos onipotentes, autoritários e preconceituosos; fanáticos, perversos e narcisistas, em meio à ordem vigente política, societária e cultural.
SOBRE A AUTORA:
Silvia Rosa da Silva Zanolla - Graduada em Psicologia e Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), mestre em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), doutora e pós-doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (USP). Possui projetos de extensão, pesquisas e publicações na perspectiva da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt. É professora Titular atuando na graduação em Psicologia e na pós-graduação em Educação, da Universidade Federal de Goiás (UFG). É membro fundadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação, Violência, Infância, Diversidade e Arte (Nevida/FE/UFG).
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