Esse livro traz à tona um imenso desafio que é o de pensar a formação de professores não apenas no fluxo contínuo da vida profissional, mas, e sobretudo, para entender, pelo deslocamento do imaginário acerca do que é ser professor para o próprio professor, esse sujeito, por natureza incompleto, esfacelado, múltiplo, em constante movimento. Também coloca o professor em cena, não como mero espectador, mas como sujeito-interlocutor na produção e constituição de sentidos de si, na descoberta das identificações estereotipadas e hierarquizadas pela escola tradicional.
O interessante da obra é que ela nos leva a refletir sobre novas possibilidades, repensando não mais a formação de professores, mas a formação com os professores, para que a diferença seja a marca discursiva fundamental para se administrar a alteridade constitutiva do outro e de nós mesmos.
A autora faz uma reflexão apurada de novas técnicas de si (no sentido foucaultiano) na formação de professores. É uma obra política e poética ao mesmo tempo, plena de novas identificações de si e do outro. Escrito por uma professora, uma formadora e uma acadêmica que, aproveitando-se da sua prática, nos faz pensar em novas políticas de formação da cidadania quando da formação de professores.
Beatriz Maria Eckert-Hoff, natural de Santa Catarina, é Doutora em Lingüística Aplicada pela Unicamp, com estágio-sanduíche na ESES, Santarém/Portugal e Mestre em Letras pela UFSM, Santa Maria/RS. Atualmente exerce o cargo de Diretora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão no Unianchieta, Jundiaí/SP, onde também coordena o Grupo de pesquisa Práticas Discursivas e Textuais no curso de Letras. É pesquisadora convidada no Programa de Mestrado em Lingüística Aplicada da Unitau, Taubaté/SP e integra o grupo de pesquisa, projeto CNPq Da Torre de Marfim à Torre de Babel, no IEL/Unicamp. Tem várias publicações no campo da linguagem, nas áreas da Análise do Discurso e da Formação de Professores.
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