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Lingüística
Pesquisa & Ensino de Língua Materna e Literatura
Wagner R. Silva, Lívia C. de Melo.
ISBN: 978-85-7591-103-7
Formato: 14 x 21 cm | Acabamento: Brochura
Páginas: 14 x 21 cm | Ano: 2009 | Edição: 1
Idioma: Português
Preço: R$ 0,00

Wagner Rodrigues Silva e Lívia Chaves de Melo (orgs.)

 

Sinopse:

 

O livro organizado pelos colegas Wagner e Lívia em coedição com a Universidade Federal do Tocantins (UFT) é fruto de um trabalho investigativo e convida-nos a fazer algumas reflexões sobre o processo de ensino e aprendizagem da Língua Materna e da Literatura nas salas da Educação Infantil e do Ensino Básico. Os autores nos apresentam questões instigantes que envolvem planejamento, avaliação, materiais didáticos, práticas de leitura, escrita e análise lingüística. Ao ler o livro, é possível perceber o envolvimento e também o entrelaçamento que há entre os professores-formadores da Universidade e os professores em formação continuada de um curso de Especialização, realizado no Estado do Tocantins. O trabalho apresentado pelo grupo contribui de maneira significativa para todos os professores de Língua Materna e Literatura que estão nas salas de aulas das escolas brasileiras. Colabora também na formação dos nossos alunos dos cursos de Letras e Pedagogia, bem como na orientação dos professores formadores desses alunos. Além disso, sobressai no mercado editorial por ser um trabalho que não ficou só no âmbito das lamentações, pois os artigos contidos no livro apresentam propostas e sugestões de atividades que nos convidam para realizar reflexões no sentido de buscar um letramento maior e melhor dos nossos alunos.

SUMÁRIO E AUTORES QUE PARTICIPAM DA COLETÂNEA:

Introdução
DIÁLOGOS ENTRE FORMADOR E PROFESSOR
PARA PRODUÇÃO DO ENSINO E DA PESQUISA


I Parte
POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO ENSINO
DE LÍNGUA MATERNA E LITERATURA

Capítulo 1
HISTÓRIA DE AUSÊNCIA DA PARTICIPAÇÃO DOCENTE
NA CONSTRUÇÃO DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS
Kátia Cristina

Capítulo 2
TEORIA ACADÊMICA E PRÁTICA DOCENTE
EM REFERENCIAL CURRICULAR
Wagner Rodrigues Silva e Lívia Chaves de Melo

II Parte
ENSINO DE LÍNGUA MATERNA

Capítulo 3
PRÁTICA DO PROFESSOR DE LÍNGUA MATERNA ORIENTADA
POR PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DA APRENDIZAGEM
Juliane Pereira Sales

Capítulo 4
PRÁTICA DE ALFABETIZAÇÃO SOB OLHAR DE PROFESSORAS
Wagner Rodrigues Silva e Eliziane de Paula S. Barbosa

Capítulo 5
ANÁLISE LINGÜÍSTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL:
PROFESSORES E ALUNOS COMO SUJEITOS
DA APRENDIZAGEM
Luiza Helena Oliveira da Silva, Eliziane de Paula S. Barbosa e
Elisângela Teixeira da Silva


III Parte
ENSINO DE LITERATURA

Capítulo 6
LETRAMENTO LITERÁRIO NA ALFABETIZAÇÃO
Hilda Gomes Dutra Magalhães e Eliziane de Paula S. Barbosa

Capítulo 7
A LITERATURA EM SALA DE AULA:
INVESTIGANDO MATERIAIS DE APOIO DIDÁTICO
Lívia Chaves de Melo e Hilda Gomes Dutra Magalhães

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 189


Introdução
DIÁLOGOS ENTRE FORMADOR E PROFESSOR
PARA PRODUÇÃO DO ENSINO E DA PESQUISA

Os estudos da linguagem mostram com bastante clareza que a interação caracteriza a prática cotidiana de uso da língua nas diferentes situações sociais, instaurando, inclusive, aprendizagem; desencadeando, portanto, construção do conhecimento. Nossas falas ou escritos são produzidos para interagirmos, trocarmos experiências, negociarmos e construirmos significados, e, destacamos ainda, aprendermos cooperativamente com diferentes interlocutores. Neste livro, procuramos capturar alguns momentos de construção cooperativa do conhecimento sobre ensino e pesquisa entre professores do ensino superior e do ensino básico. Os momentos capturados são resultados de interações bastante significativas entre formador e formando, em curso de especialização para professores. (O curso a que nos referimos é a Especialização em Leitura e Produção Escrita, oferecida regularmente pelo Curso de Letras, Campus Universitário de Araguaína, na Universidade Federal do Tocantins – UFT.) Alguns dos capítulos aqui reunidos foram escritos em co-autoria com professoras do ensino básico; outros foram produzidos por professores universitários a partir da experiência com a formação de professores da especialização referida.
Inúmeras investigações acadêmicas apresentam como encaminhamento de pesquisa a importância da formação do professor reflexivo ou pesquisador (Lüdke 2001; Perrenoud 2002). Apoiamos a formação docente com tal perfil, pois as investigações apresentadas neste livro foram possíveis porque os professores que participaram do desafio da produção acadêmica são profissionais críticos, observadores atentos das próprias situações de trabalho docente em que estão inseridos. Porém, com as experiências de ensino e pesquisa aqui apresentadas, situamo-nos num momento mais adiante: compartilhamos experiências de ensino de língua materna e literatura que já são frutos da ação reflexiva e investigativa do professor. Ao nosso leitor, portanto, caberá apreciar algumas contribuições efetivas da reflexão e da pesquisa para sua prática docente.
Os trabalhos aqui reunidos não apresentam percursos de ensino e pesquisa com o professor do ensino básico enquanto protagonista exclusivo. Dessa forma, também destacamos a participação do professor do ensino superior em experiências de ensino com alunos e professores do ensino básico. A interação entre tais protagonistas resulta no diálogo mais estreito entre a comunidade universitária e escolar. Realizar investigações diretamente na escola mantém as pesquisas acadêmicas informadas com as reais demandas do ensino. A escola, por sua vez, mantém-se menos sujeita ao ensino reprodutivo, à inércia do tradicionalismo da sala de aula.
O estreitamento das fronteiras entre o ensino e a pesquisa, bem como entre as comunidades referidas foi possibilitado por meio da Especialização em Leitura e Produção Escrita, a qual funcionou para muitos professores como curso de formação em serviço, possibilitando o aprendizado de recentes propostas teóricas e práticas, e a construção de novos saberes para o ensino de língua e literatura. Na especialização, procuramos, nos termos empregados por Signorini (2007, p. 330), como propósitos da formação regular e continuada de professores, criar “dispositivos de rompimento ou interrupção das rotinas habituais de planejamento de atividades e de transmissão de conhecimento, de modo a favorecer uma experiência comum de construção de conhecimento, experiência essa sempre dada como ausente nos percursos dos professores”.
Neste momento, convidamos nossos leitores, especialistas ou curiosos, a conhecerem o trabalho de professores e pesquisadores, todos inseridos no norte do Brasil, mais precisamente no Estado do Tocantins. As experiências e demandas tocantinenses, referentes ao ensino de língua e literatura, são bastante representativas das práticas de ensino no território brasileiro, conforme também poderão constatar nossos inúmeros leitores das cinco regiões componentes da chamada Terra Brasilis. Neste volume, mostramos iniciativas de renovação no ensino de língua materna e literatura, informadas por práticas pedagógicas que identificam diferentes estágios na história do ensino e da pesquisa no território nacional. O diálogo aqui apresentado torna-se mais democrático ou, nos termos da epigrafe desta apresentação, humanizado, pois a ele esperamos se integrarem inúmeros novos interlocutores: nossos leitores.

Organização dos capítulos

Este livro está organizado em três principais partes. Na primeira parte, intitulada Políticas educacionais no ensino de língua materna e literatura, agrupamos trabalhos que focalizam algumas orientações oficiais para o ensino de língua materna e literatura, todas construídas nas esferas públicas municipal, estadual e federal. No Capítulo 1, intitulado História de ausência da participação docente na construção de políticas educacionais, Kátia Cristina descreve e analisa algumas políticas oficiais sobre avaliação dos sistemas de educação nacional, focalizando sua investigação na proposta de avaliação denominada “Provinha Brasil”, instituída para alunos de alfabetização. As principais críticas, marcadas por ausências docentes, apresentadas pela autora no tocante à avaliação referida, são: ausência de participação do professor na idealização dos mecanismos de avaliação; e ausência de respostas efetivas às demandas da prática de alfabetização. A pesquisa apresentada respalda alguns anseios comumente manifestados por professores em serviço, apresenta, portanto, espaços e funções a serem ocupados e exercidas, respectivamente, de forma mais significativa por tais profissionais.
No Capítulo 2, intitulado Teoria acadêmica e prática docente em referencial curricular, Wagner Rodrigues Silva e Lívia Chaves de Melo investigam a participação de professores tocantinenses na elaboração do referencial curricular de língua materna para o Estado do Tocantins. Os autores também desenvolvem uma metodologia de pesquisa que permite o envolvimento de professores na produção da investigação apresentada. Mostram que o referencial curricular é o resultado de um complexo processo de produção textual, tomando as diretrizes nacionais como intertexto, não caracterizando o documento local como cópia ou plágio, conforme atributos utilizados por alguns leitores. A principal contribuição deste capítulo, além da modelação da participação docente num fazer científico mais democrático, consiste na apresentação de uma leitura comparativa entre o referencial estadual e as diretrizes nacionais, discutindo, portanto, as principais orientações teóricas e práticas para o ensino de língua materna, presentes nos documentos investigados.
Na segunda parte deste livro, intitulada Ensino de língua materna, reunimos pesquisas que investigam práticas pontuais de ensino de Língua Portuguesa, na educação infantil e no ensino fundamental. No Capítulo 3, intitulado Prática do professor de língua materna orientada por programa de gerenciamento da aprendizagem, Juliane Pereira Sales apresenta um estudo de caso referente à apropriação de saberes sobre prática de leitura por uma professora do ensino fundamental. A autora critica algumas imposições do programa, que gerencia o trabalho docente, impedindo a iniciativa do professor em função das particularidades apresentadas pelos alunos. Ainda que objetive aprimorar o ensino de língua materna, o programa focalizado apenas apresenta planejamentos de aulas, sem oferecer materiais ou recursos que viabilizem ou facilitem a implementação das atividades recomendadas ao professor. Assim como recorrente neste volume, a contribuição deste trabalho consiste em mostrar a necessidade de participação do professor na totalidade das políticas educativas, evitando a alienação do professor diante de inovações ou propostas que não lhes são familiares.
No Capítulo 4, intitulado Prática de alfabetização sob olhar de professoras, Wagner Rodrigues Silva e Eliziane de Paula S. Barbosa reconstituem de forma crítica a trajetória de escolha e uso de cartilhas de alfabetização, informadas por diferentes metodologias de alfabetização, compreendendo métodos sintéticos/silábicos e analíticos/globais. Os autores mostram a construção de uma prática de alfabetização marcada pela experiência das próprias alfabetizadoras, resultando na junção de métodos vulgarmente denominados de tradicionais e modernos. A conciliação de métodos, constitutivos da trajetória das alfabetizadoras, em resposta às necessidades da prática de sala de aula, é de grande contribuição neste trabalho, pois instrui-nos sobre o risco da dicotomização, provocada pela corriqueira assunção exclusiva de novidades ou modismos, provocando transformações inesperadas e indigestas na prática pedagógica.
No Capitulo 5, intitulado Análise lingüística no ensino fundamental: professores e alunos como sujeitos da aprendizagem, Luiza Helena Oliveira da Silva, Eliziane de Paula S. Barbosa e Elisângela Teixeira da Silva relatam e analisam experiências didáticas sobre a prática de análise lingüística no ensino fundamental, compartilhadas em contexto de formação continuada de professores. A partir da análise dos dados, as autoras defendem formações continuadas que motivem a compreensão crítica dos professores sobre as orientações apresentadas em diretrizes ou referenciais curriculares, evitando a mera reprodução de tais orientações. O professor deve exercer a função de interlocutor, evitando ocupar o papel de mero receptor ou reprodutor, conforme esclarecem as autoras. A contribuição deste capítulo consiste na proposição de adaptações de atividades tradicionais de livros didáticos, conforme as orientações curriculares oficiais para um ensino produtivo. Assim como mostram outros trabalhos aqui agrupados, as autoras também defendem a participação mais significativa dos professores na elaboração de políticas públicas idealizadas para orientar a prática docente.
Finalmente, na terceira parte deste livro, intitulada Ensino de literatura, reunimos pesquisas que retomam experiências de trabalhos pedagógicos com a diversidade de textos literários no ensino infantil e fundamental. No Capítulo 6, intitulado Letramento literário na alfabetização, Hilda Dutra Magalhães e Eliziane de Paula S. Barbosa descrevem e analisam o tratamento despendido a gêneros literários numa cartilha de alfabetização. O trabalho com a natureza plurissignificativa do texto literário na cartilha analisada é destacado pelas autoras, bem como críticas à ausência de propostas didáticas para motivar a sensibilização e a imaginação dos leitores na educação infantil. As sugestões de atividades que possam enriquecer o trabalho com gêneros literários proposto na cartilha, preenchendo as lacunas constatadas no material didático, são algumas das principais contribuições deste capítulo.
No Capítulo 7, intitulado A literatura em sala de aula: investigando materiais de apoio didático, Lívia Chaves de Melo e Hilda Gomes Dutra Magalhães analisam o trabalho com gêneros literários num livro didático de Língua Materna para o ensino fundamental, considerando a própria experiência da primeira autora em trabalhar com o conteúdo literário do referido material em sala de aula. A ausência de atividades, no livro didático, que possibilitem a construção de diferentes sentidos para o texto literário, despertando o imaginário, criatividade e emoção do leitor, é criticada pelas autoras. A sugestão de atividades que contribuam para o letramento literário dos alunos, aproveitando o que é proposto no próprio livro didático analisado, é uma das principais contribuições desta pesquisa. Todas as sugestões de trabalho com textos literários foram vivenciadas pela primeira autora em sua própria prática docente.

Sobre os autores

Elisângela Teixeira da Silva – graduação em Letras, pela Faculdade de Formação de Professores de Serra Talhada (FAFOPST).
Eliziane de Paula S. Barbosa – graduada em Letras, pela Faculdade Integrada de Ensino Superior de Colinas (FIESC).
Hilda Gomes Dutra Magalhães – doutorado em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); e pós-doutorado pelas Universidade de Paris III e École des Hautes Études en Sciences Sociales/França.
Juliane Sales – graduação em Letras e especialização em Leitura e Produção Escrita pela Universidade Federal do Tocantins (UFT), Campus Universitário de Araguaína.
Kátia Cristina – mestrado em Engenharia de produção, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Lívia Chaves de Melo – graduação em Letras e especialização em Leitura e Produção Escrita pela Universidade Federal do Tocantins (UFT).
Luiza Helena Oliveira da Silva – mestrado em Letras e doutorado em Estudos da Linguagem, pela Universidade Federal Fluminense (UFF).
Wagner Rodrigues Silva – mestrado e doutorado em Lingüística Aplicada, pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

(capa: Vande Rotta Gomide)


Sobre os Autores:
Wagner R. Silva -

Lívia C. de Melo -

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