Este livro mostra como a dicotomia entre oral e escrita, tão incidente e insidiosa nas práticas com letramento e alfabetização, principalmente, está fincada basicamente num tripé: na concepção de escrita veiculada e teorias científicas por meio de seus efeitos discursivos dominantes; na cooptação da separação entre oral e escrita; por fim, na relação que tal dicotomia mantém com a dicotomia entre pensamento e linguagem, atributo máximo do sujeito psicológico, do paradigma galileano de ciência e do objetivismo abstrato e do subjetivismo idealista nos estudos da linguagem, relação esta fundamentada em diversos autores. Para isto, o ponto de partida é a análise do discurso científico organizador de múltiplas concepções acerca do oral e da escrita, o que configura uma contradição entre sua heterogeneidade enunciativa e o modo monolítico por que tal discurso se apresenta para firmar esta dicotomia.
Sobre o autor:
Anderson de Carvalho Pereira é natural de São José dos Campos, SP. Psicólogo, Mestre e Doutor em Psicologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, com estágio de curta duração no Centro de Estudos dos Novos Espaços Literários (CENEL) na Universidade de Paris 13, campus de Villetaneuse. Atualmente desenvolve pesquisas ligadas às práticas letradas, cultura oral, formas narrativas em contextos enunciativos complexos e diversos, em duplo alcance: o político e o discursivo. Atualmente é Professor Adjunto da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
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