O livro Ensino de Espanhol no Brasil: histórias de resistências, organizado por Tatiana Lourenço de Carvalho e José Veranildo Lopes da Costa Júnior vem à tona trazendo consigo uma forte e rebelde esperança, sobretudo, tendo em tela o cenário pandêmico e a complexa conjuntura política e social em que nos encontramos, cujos efeitos se fazem sentir em diversos âmbitos, como no caso do educacional. Não haverá um novo depois, um novo normal, diante das experiências vividas e das feridas abertas em nosso mundo pela pandemia. Haverá, acredito, questionamentos de nossas certezas, de nossas verdades e de nossas crenças, como seres humanamente inacabados, incompletos e inconclusos, singulares nas distintas maneiras de compreender o mundo, agir/interagir nele e sobre ele e, igualmente, estar nele. No percurso de leitura, nos enveredamos pelos diversos caminhos que vão se desenhando, vislumbrando rotas e trajetos seguidos, nos quais contextos locais se projetam globalmente, já que todo ato de resistência, embora situado, reverbera no todo cinza que diariamente pintam. Acredito que as histórias dessa coletânea se entrelaçam e se enovelam, e, desse modo, fazem parte de minha trajetória como professora e pesquisadora. Ganham corporalidade no peso do real vivido hoje, mas transcendem temporalidades restritas e espaços confinados, sinalizando que a esperança rebelde vive no “quefazer” como macroestratégia de resistência. Como disse no início, são muitas e plurais as resistências; assumem cores e formas distintas; seguem visíveis ou não; pondo a prova e comprovando a lei newtoniana a cada explosão contrária de força e intensidade.
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