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Neste livro, Thales Lelo demonstra como as transformações estruturais do jornalismo, associadas ao difícil contexto sociopolítico brasileiro, tornaram o ofício particularmente hostil e produziram um novo tipo de patologia laboral para quem nele trabalha, o sofrimento ético. Este tipo de dor deriva do conflito entre culturas e valores profissionais internalizados em cada jornalista - que reafirmam compromisso com a qualidade da informação, a democracia e a pluralidade - e as coerções que inviabilizam, cotidianamente, seu exercício. Por meio de dois questionários e um conjunto de entrevistas em profundidade, o autor demonstra como a deterioração da credibilidade do jornalismo, as pressões patronais em favor de seus interesses particulares, as discriminações (que afetam, sobretudo, mulheres e pessoas negras) e a multiplicação das formas de assédio moral no ofício aprofundam o sofrimento ético entre jornalistas. O livro demonstra o olhar arguto de Lelo, um dos mais promissores pesquisadores de jornalismo de sua talentosa geração. [Jacques Mick, professor do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da UFSC e pesquisador do CNPq.]

SOBRE O AUTOR

Thales Vilela Lelo é pesquisador de Pós-Doutorado no Departamento de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Em 2019 defendeu, no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Estadual de Campinas, a tese “Reestruturações produtivas no mundo do trabalho dos jornalistas: precariedade, tecnologia e manifestações da identidade profissional”.