O pesquisador que se propõe como desafio investigar a cultura escolar primária e/ou a história da infância brasileira no período republicano depara com a presença freqüente dos grupos escolares. Surgidos no corpo das leis desde 1893, em São Paulo e no Rio de Janeiro, regulamentados e instalados a partir de 1894 no estado de São Paulo, os grupos escolares emergiram ao longo das duas primeiras décadas republicanas nos estados do Rio de Janeiro (1897); do Maranhão e do Paraná (1903); de Minas Gerais (1906); da Bahia (1908), do Rio Grande do Norte, do Espírito Santo e de Santa Catarina (1908); do Mato Grosso (1910); de Sergipe (1911); da Paraíba (1916); e do Piauí (1922); e somente foram extintos em 1971, com a promulgação da Lei 5.692. Acolheram, ao menos, duas gerações de brasileiros em seus bancos e foram responsáveis pela inserção de uma significativa parcela da população nacional no universo dos saberes formalizados, transformando-se para muitos na própria representação de escola primária. Conhecer aspectos dessa história e pensar sobre as marcas que exibe hoje o ensino fundamental – fruto das relações estabelecidas no passado – é o principal objetivo deste livro.
Sobre a organizadora: Professora de História da Educação na Faculdade de Educação da USP. Coordenadora do Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em História da Educação (Niephe) na mesma instituição. Pesquisadora do CNPq. Atualmente assume a presidência da Sociedade Brasileira de História da Educação (2003-2007).
ESGOTADO
|