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Desde meados dos anos 1980, educadores matemáticos têm estudado a aprendizagem da matemática por meio da observação de alunos e professores na sala de aula. Pesquisadores interessam-se pela dinâmica da sala de aula e pelas interações entre seus participantes. Observam, sobretudo, de alunos com alunos; alunos com professores e desses alunos e professores com a própria matemática. A comunidade que se forma na sala de aula, com toda sua riqueza e complexidade, envolve inúmeros aspectos que servem de objeto para as pesquisas, tanto para pesquisadores externos à comunidade – que em geral participam como observadores –, quanto para professores-pesquisadores de sua própria área profissional.
Este livro, composto de excelentes artigos de brilhantes autores, elegeu como tema condutor um aspecto específico, presente em todas as interações na sala de aula e talvez o mais complexo e imprescindível dentre todos os aspectos a serem estudados: a comunicação. (Beatriz D’Ambrosio).
Este livro foi organizado a partir de textos elaborados pelos professores pesqui-sadores que foram convidados e participaram da segunda e terceira edições do Seminário de Educação Matemática, durante o 15º e o 16º Congresso de Leitura (Cole), realizados pela Associação de Leitura do Brasil (ALB), em julho de 2005 e 2007, respectivamente, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Evidencia as reflexões sobre a necessidade dos educadores matemáticos de desenvolver um trabalho para efetivar uma formação matemática capaz de promover transformações sociais comprometidas com a ética e a democracia. Busca discutir perspectivas as quais foram construídas coletivamente a partir das instâncias de debate, com a intenção de formular ações e propostas que ofereçam aos educadores matemáticos, seja na ação docente e/ou na produção científica, oportunidades de refletir sobre suas práticas, ampliando suas visões sobre a formação matemática e adquirindo maiores possibilidades de intervenção no processo educativo. Deseja que tais produções suscitem nos leitores a ousadia de repensar suas ações como educadores matemáticos.
TEXTOS QUE COMPÕEM A OBRA:
PREFÁCIO (Beatriz D'Ambrosio)
APRESENTAÇÃO
Adair Mendes Nacarato e Celi Espasandin Lopes
PARTE 1 – PROCESSOS DE LEITURAS E ESCRITAS
PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA EM EDUCAÇÃO
MATEMÁTICA: TENDÊNCIAS E PERSPECTIVAS A PARTIR DO
SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA NO COLE
Adair Mendes Nacarato
Celi Espasandin Lopes
CONCEITO(S) DE NUMERAMENTO E RELAÇÕES
COM O LETRAMENTO
Maria da Conceição Ferreira Reis Fonseca
LEITURA E ESCRITA EM EDUCAÇÃO ESTATÍSTICA
Celi Espasandin Lopes
Cileda de Queiroz e Silva Coutinho
NOTAS SOBRE NARRATIVA E EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
Antonio Vicente Marafioti Garnica
ESCRITAS E LEITURAS: OS BASTIDORES DA
PARTICIPAÇÃO EM UM PROGRAMA DE
DOUTORAMENTO EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
Maria Teresa Menezes Freitas
PROCESSOS DE LEITURA E DE ESCRITA NAS AULAS
DE MATEMÁTICA REVELADOS PELOS DIÁRIO
REFLEXIVOS E RELATÓRIOS DE FUTUROS PROFESSORES
Cármen Lúcia Brancaglion Passos
GÊNEROS TEXTUAIS USADOS FREQÜENTEMENTE
NAS AULAS DE MATEMÁTICA: EXERCÍCIOS E PROBLEMAS
Edda Curi
PARTE 2 – INVESTIGAÇÕES E SABERES NA
EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
ENTRE O SABER COTIDIANO E O SABER ESCOLAR:
UM OLHAR A PARTIR DA ETNOMATEMÁTICA.
UTOPIA OU REALIDADE?
Diana Jaramillo
CONSTRUÇÃO DE SABERES DE ESTATÍSTICA COM
ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Maria Auxiliadora Bueno Andrade Megid
INVESTIGAÇÕES GEOMÉTRICAS NA FORMAÇÃO DE
PROFESSORES QUE ENSINAM MATEMÁTICA
Regina Célia Grando
TENDÊNCIAS SOBRE O PAPEL DO USUÁRIO DE
TECNOLOGIA: OLHANDO PARA ALGUNS CAMPOS
DE ESTUDO E PARA A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
Abigail Fregni Lins (Bibi Lins)
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: ASPECTOS IMPLÍCITOS
NO GERENCIAMENTO DA MUDANÇA NA EDUCAÇÃO
MEDIADA POR TECNOLOGIA
Rosana Giaretta Sguerra Miskulin
Mariana da Rocha C. Silva
Joni de Almeida Amorim
DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL E TRABALHO
COLETIVO: EXPERIÊNCIAS ENVOLVENDO PESQUISADORES,
PROFESSORES DE MATEMÁTICA E FUTUROS
PROFESSORES DE OURO PRETO
Ana Cristina FerreirA
APRESENTAÇÃO
Este livro foi organizado a partir de textos elaborados pelos professores pesquisadores que foram convidados e participaram da segunda e terceira edições do Seminário de Educação Matemática, realizadas durante o 15º e o 16º Congresso de Leitura (Cole), em julho de 2005 e 2007, respectivamente, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
O Segundo Seminário, cujas discussões se centraram nas perspectivas econômicas, políticas, sociais e tecnológicas para a sociedade contemporânea e em quais utopias devemos nutrir ao pensarmos a Educação Matemática, teve como temática Entre a utopia e a realidade .. emoções nas aulas de Matemática.
Considerando o pressuposto de que aprender Matemática – e, portanto, ensiná-la – é importante para a formação das pessoas, refletiu-se sobre o direito de toda pessoa de apropriar-se do conhecimento matemático.
As reflexões focalizaram a necessidade dos educadores matemáticos de desenvolver um trabalho para efetivar uma formação matemática capaz de promover transformações sociais comprometidas com a ética e a democracia. Para tanto, a ação pedagógica deve centrar-se em processos de colaboração e interação, promovendo a produção coletiva de conhecimento, na qual os indivíduos envolvidos são co-responsáveis pelo processo de ensino e de aprendizagem.
Em uma sala de aula estão presentes distintos personagens, cada qual com sua história, seus interesses, seus afetos, suas expectativas . E nós, professores que ensinamos Matemática na Escola Básica, vivemos outros tantos personagens quando estamos em cena na nossa sala de aula: como professores, lideramos um grupo, exercendo o papel de interventores no processo de ensino e aprendizagem.
No Terceiro Seminário de Educação discutiu-se o tema No mundo há muitas armadilhas ... que o desconhecimento matemático não seja uma delas, partindo das lacunas sobre o conhecimento matemático, as quais podem causar obstáculos na vida pessoal e social das pessoas.
O trabalho desenvolvido durante esse encontro centrou-se no debate sobre as relações entre letramento e numeramento; no processo de leitura e escrita na aprendizagem matemática; na inserção das tecnologias de informação e comunicação nos encontros de aprendizagem matemática; no direito das pessoas de adquirir conhecimento matemático; na formação docente daqueles que ensinam Matemática em qualquer nível de ensino; e no processo de avaliação da aprendizagem matemática.
Buscamos perspectivas construídas coletivamente a partir das instâncias de debate, com a intenção de formular ações e propostas que ofereçam aos educadores matemáticos, seja na ação docente e/ou na produção científica, oportunidades de refletir sobre suas práticas, ampliando suas visões sobre a formação matemática e adquirindo maiores possibilidades de intervenção no processo educativo.
Para tanto, algumas questões permearam nossas discussões, tais como: Quais são os obstáculos existentes nos processos de ensino e aprendizagem da Matemática? Os recursos pedagógicos são insuficientes? Há atitudes inapropriadas dos professores? As propostas curriculares de Matemática estão equivocadas? Quais práticas docentes são questionáveis?
Precisamos de ações educativas que nos auxiliem a superar esses obstáculos, já que acreditamos que aprender Matemática é um direito de toda e qualquer pessoa. Como educadores matemáticos, em qualquer nível de ensino temos desafios a enfrentar e problemas a solucionar. Daí a importância de reconhecer o poder da colaboração, pois seu principal benefício é reduzir o sentimento de impotência dos educadores matemáticos e gerar uma produção coletiva de conhecimentos que permita ações docentes de maior eficácia.
Nesses dois seminários, a presença de educadores que ensinam Matemática na Educação Infantil, no Ensino Fundamental, no Ensino Médio, na Educação de Jovens e Adultos e no Ensino Superior foi essencial para as discussões sobre as temáticas. A disponibilidade desses participantes para socializar suas experiências e suas práticas, apresentando seus saberes docentes, enriqueceu as plenárias. Igualmente fundamental foi o debate proposto pelos pesquisadores convidados para os eventos, entre eles os autores do presente livro, os quais compartilharam seus questionamentos e suas considerações sobre problemáticas atuais da Educação Matemática.
Dessa forma, os artigos que compõem esta obra visam discutir alternativas, sistematizar discussões e apresentar horizontes para uma efetiva superação do desconhecimento matemático, favorecendo a educação matemática de todas as pessoas.
Desejamos que tais produções suscitem nos leitores a ousadia de repensar suas ações como educadores e os provoquem a participar de nossos próximos seminários, trazendo suas experiências e suas reflexões sobre o processo de ensino e aprendizagem da Matemática nas distintas instâncias educacionais. (Adair Mendes Nacarato
e Celi Espasandin Lopes)
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