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Esse livro, dedicado e dirigido aos professores e a todos os que compõem equipes pedagógicas do Ensino Fundamental e Médio, propõe-se a apresentar uma prática avaliativa resultante da dissertação de mestrado “A prática avaliativa nas aulas de matemática: uma ação compartilhada com os alunos”.
Tornar o aluno parte intrínseca e integrante do processo de avaliação que ocorre em sala de aula é o objetivo essencial desta prática avaliativa, da qual se apresentam aqui os instrumentos avaliativos, sua fundamentação teórica e a forma como colocá-los em prática. Focalizam-se tanto a formação contínua de professores de Matemática como também as experiências vividas por três professoras, que atuam em diferentes séries do Ensino Fundamental e Médio e relatam suas experiências ao vivenciarem a aplicação desta prática avaliativa compartilhada com seus alunos e pais.
O livro traz relatos de práticas em que o aluno é inserido no processo avaliativo e se sente protagonista de sua própria aprendizagem, revendo suas lacunas, propondo soluções e fazendo projeções para ações futuras.
A prática avaliativa apresentada busca transparência e visibilidade, tanto para o professor quanto para os alunos, no sentido de promover a autonomia do aluno e a sua corresponsabilidade no processo avaliativo em sala de aula.
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TEMAS QUE COMPÕEM A OBRA E SEUS AUTORES:
PREFÁCIO
Adair Mendes Nacarato
APRESENTAÇÃO
A PRÁTICA AVALIATIVA NAS AULAS DE MATEMÁTICA
Maria Inês Sparrapan Muniz
FOCALIZANDO O PROCESSO DE AVALIAÇÃO NA FORMAÇÃO CONTÍNUA DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA
Maria Inês Sparrapan Muniz
Miriam Sampieri Santinho
QUANDO A AVALIAÇÃO DEIXA DE SER UM MISTÉRIO E CONTRIBUI PARA A APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA
Adriana Franco de Camargo Lima
A AÇÃO DOCENTE E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Conceição Aparecida Cruz Longo Martins
SUPERANDO DESAFIOS AO AVALIAR A APRENDIZAGEM MATEMÁTICA
Eliana Cuccioli
DISCUTINDO AÇÕES AVALIATIVAS PARA AS AULAS DE MATEMÁTICA
Celi Espasandin Lopes
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PREFÁCIO
O tema avaliação tem sido alvo de intensas discussões no Brasil. Nunca se falou tanto em avaliação como nos últimos anos. A comunidade educacional tem convivido com uma série de avaliações sistêmicas, de âmbito nacional ou internacional, elaboradas externamente à escola: Saeb, Prova Brasil, Enem e Pisa, além das provas estaduais – como é o caso do Saresp, no Estado de São Paulo.
Pode-se dizer que o Brasil tem conseguido construir uma metodologia de avaliação que vem se tornando referência mundial. No entanto, a divulgação dos resultados dessas avaliações vem constituindo um desalento para aqueles professores comprometidos com a aprendizagem de seus alunos. Isso porque os resultados, apesar de apresentarem pequenos avanços, ainda estão muito aquém do esperado; ademais, revelam as enormes desigualdades sociais existentes no país.
Essas avaliações externas são utilizadas para monitorar quantitativamente os resultados das escolas, gerando ranqueamento e competição entre elas. Diante de todas essas políticas avaliativas de um estado avaliador, os professores sentem-se impotentes, pois acreditam no trabalho que realizam, mas não veem a concretização dos resultados deste nos desempenhos apresentados pelos alunos nessas avaliações.
As soluções apontadas, na maioria das vezes, voltam-se para ações nas escolas, com expectativas de melhorar o desempenho dos alunos: classes de reforço, projetos de recuperação, inserção de atividades extraclasse, dentre outros. Raramente se questionam as provas em si e o quanto elas possibilitam ou não avaliar o que os alunos aprenderam.
Todo o aparato que envolve as avaliações sistêmicas acabou por relegar a um plano secundário aquilo que, no nosso entender, é o mais significativo dos processos educativos: a avaliação da aprendizagem do aluno. Como avaliar o que o aluno aprendeu? Como garantir práticas avaliativas que sejam a favor do aluno e não contra ele? Como o professor pode ter uma autoavaliação mais consistente de como foi o seu trabalho em sala de aula? Essas e outras questões ainda preocupam muitos professores comprometidos com o seu fazer docente.
Trabalhos sobre avaliação educacional, como os de Cipriano Carlos Luckesi, Jussara Hoffmann, Charles Hadji, Phillipe Perrenoud, dentre outros, que marcaram os anos de 1990, parecem estar distantes das discussões atuais. A área da Educação Matemática pouco avançou nessas discussões, uma vez que há um número muito reduzido de pesquisas publicadas sobre a avaliação da aprendizagem matemática dos estudantes, nos diferentes níveis de ensino.
Não resta dúvida de que falar sobre avaliação não é tarefa simples. Isso porque a escola sempre foi marcada pela tradição de práticas avaliativas pautadas na mensuração do desempenho e da disciplinarização do aluno. Não há como negar que a avaliação ocorre em dois planos: o formal — técnicas e procedimentos, como provas e trabalhos que o professor utiliza para gerar uma nota ao final do período — e o informal — os juízos de valor que, diretamente, influenciam nas decisões finais do professor sobre a nota a ser atribuída ao aluno. Talvez seja pela subjetividade e pelas relações de poder que envolvem as práticas avaliativas que pouco se tem publicado sobre o tema na área de Educação Matemática.
Dessa forma, o professor vê-se diante de um impasse: de um lado, não concorda com as avaliações sistêmicas, distantes da realidade do seu trabalho e do perfil de seus alunos; de outro, não dispõe de material que possa subsidiar reflexões sobre suas práticas avaliativas.
Nesse sentido, avaliamos como de alta relevância e contribuição para a comunidade de educadores matemáticos a publicação do presente livro. Ele traz experiências e reflexões sobre práticas avaliativas em sala de aula, em que professores e alunos se avaliam de forma compartilhada. São relatos de práticas em que o aluno é inserido no processo avaliativo e sente-se protagonista de sua própria aprendizagem, revendo suas lacunas, propondo soluções e fazendo projeções para ações futuras. É um processo de transparência e visibilidade, tanto para professor quanto para os alunos. Não há surpresas nem sobressaltos. Há corresponsabilidades no processo. Além disso, os pais também podem acompanhar o desempenho de seus filhos.
Experiências como essas não podem ser silenciadas. Precisam tornar-se públicas e ser compartilhadas com outros professores. Assim, o leitor encontrará, nos capítulos que compõem este livro, relatos de professoras, educadoras matemáticas, comprometidas com a formação autônoma de seus alunos. Professoras que ousaram criar outras possibilidades para o trabalho com eles e aceitaram o desafio de compartilhar suas experiências com a comunidade.
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APRESENTAÇÃO
A ideia de construir este livro emergiu de uma pesquisa realizada por Maria Inês Sparrapan Muniz, ao investigar a prática avaliativa do professor de Matemática. Visamos, com esta publicação, socializar práticas docentes construídas por educadoras matemáticas, diante do desafio de avaliar a aprendizagem matemática. Buscamos auxiliar os colegas em seus processos reflexivos sobre suas práticas avaliativas. Por isso, optamos por não elaborar um livro que descrevesse a pesquisa, mas compor, com as professoras participantes dela, uma obra que possa socializar distintas trajetórias na prática docente e no processo avaliativo.
Assim, neste livro o leitor encontra os textos construídos pelas autoras a partir de suas experiências, explicitando seus saberes docentes.
No primeiro capítulo, Maria Inês sintetiza sua dissertação de mestrado em Ensino de Ciências e Matemática, com o título: “A prática avaliativa nas aulas de Matemática: uma ação compartilhada com os alunos”, decorrente de um processo de avaliação emergente de sua prática docente.
Maria Inês e Miriam Sampieri Santinho apresentam, no segundo capítulo, algumas reflexões teórico-pedagógicas construídas a partir do trabalho que realizam como professoras colaboradoras no LEM – Laboratório de Ensino de Matemática – Imecc – Unicamp, onde desenvolvem projetos de formação contínua de professores de Matemática, tendo como foco essa prática avaliativa compartilhada com os alunos.
O terceiro capítulo, de Adriana Franco de Camargo Lima, relata os motivos que a levaram a promover modificações em sua prática avaliativa; as etapas do desenvolvimento, a aplicação e as transformações de um processo avaliativo, compartilhado com seus alunos, que vivenciou como professora em sua prática pedagógica.
Conceição Aparecida Cruz Longo Martins, no quarto capítulo, faz a apresentação de seu trabalho docente no que se refere à avaliação. Ela evidencia as mais diferentes etapas da construção do processo avaliativo, compartilhada com seus alunos e com os pais, e as transformações ocorridas ao longo dessa experiência.
No quinto capítulo, Eliana Aparecida Cuccioli discorre sobre sua prática avaliativa, também compartilhada com os alunos e com os pais, evidenciando que foram as mudanças em sua prática pedagógica que a levaram a transformar essa prática. Ela destaca ainda a importância do trabalho realizado pela coordenação pedagógica da escola e o interesse de professores de outras áreas do conhecimento pelo processo avaliativo aplicado por ela.
Ao finalizar o livro, Celi Espasandin Lopes apresenta considerações sobre o processo de avaliação da aprendizagem nas aulas de Matemática e reflexões teóricas a partir dos projetos desenvolvidos e relatados pelas autoras nos capítulos anteriores.
Esperamos que esta obra possa contribuir para os educadores em geral e, em particular, para os educadores matemáticos, suscitando discussões e reflexões sobre o que é avaliar a aprendizagem matemática de forma compartilhada com os alunos e com as famílias; e possibilitando a todos os leitores repensarem suas concepções sobre avaliação.
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