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Existem muitas razões que nos motivam a escrever. Assim, é necessário deixar claro o que me levou a empreender esse trabalho e, principalmente, se faz necessário mencionar que de modo algum minha pretensão seja dizer a última palavra sobre o tema. O livro pretende propor algumas discussões que contribuam para articular uma prática na gestão escolar reflexiva e coerente. Também pretende oferecer aos educadores e gestores elementos que possibilitem a análise da prática da gestão escolar e que ajudem a modificá-la. A resolução dos problemas vivenciados no contexto da gestão escolar exige refletir à luz de alguns referenciais que permitam interrogá-la, analisá-la e estabelecer parâmetros para a tomada de decisões relacionadas aos mecanismos contraditórios na práxis da gestão educacional. Nesse sentido, buscamos nos pressupostos gramscianos compreender a função social da escola e suas possibilidades para uma educação emancipatória. Cumprir com essa tarefa implica na superação de modelos de gestão sob a égide da concepção neoliberal que reproduz na escola a gerência e o poder do mando, sob uma retórica de democracia e de processos participativos. Desse modo, Gramsci valoriza a importância do intelectual orgânico, entendendo este não somente como o que domina uma técnica ou um conhe-cimento específico, mas aquele que, ao dominar os conhecimentos, compromete-se com uma nova concepção de mundo a partir do homem histórico. O intelectual orgânico para Gramsci é ativo, crítico e capaz de elaborar uma concepção nova e original do mundo, a partir de uma realidade material concreta.
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