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Educação
Interculturalidade e estética do Cotidiano no Ensino das Artes Visuais
Ivone Mendes Richter.
ISBN: 85-7591-024-8
Formato: 16 x 23 cm | Acabamento: Brochura
Páginas: 16 x 23 cm | Ano: 2009 | Edição: 1
Idioma: Português
Preço: R$ 0,00

Ivone Mendes Richter

 

Sinopse:

 

Esse estudo versa sobre o ensino intercultural das artes visuais na escola e é constituído por dois eixos principais: a multiculturalidade no Brasil e a estética feminina do cotidiano. Discute tendências contemporâneas internacionais sobre educação intercultural e sobre o ensino das artes visuais.

A estética do cotidiano é abordada por meio do conceito de "fazer especial" desenvolvido por Dissanayake e de "valor estético" desenvolvido por Rader e Jessup. Para trabalhar com a estética do cotidiano no ensino das artes visuais foi necessário ampliar o conceito de arte usualmente utilizado na escola para um sentido mais amplo de experiência estética, incluindo, dessa forma, as chamadas "artes menores".

O trabalho envolveu uma pesquisa de campo sobre a estética feminina do cotidiano nas famílias de alunas(os) de uma escola municipal de ensino básico da cidade de Santa Maria, RS, e uma experiência de educação intercultural no ensino das artes visuais, nessa escola, envolvendo gênero e etnia e fundada no cotidiano. A experiência estética em sala de aula foi pensada como uma performance, que se desdobra em múltiplos questionamentos sobre o cotidiano, a crítica social e a expressão criativa. As práticas artísticas femininas do cotidiano foram associadas com a arte de artistas contemporâneas que utilizam o mesmo referencial de trabalho em sua obra, no entendimento de que os dois tipos de arte estão relacionados por uma mesma linha estética. Concluiu-se que, para um ensino intercultural das artes visuais, é necessário utilizar um conceito de arte não-excludente, embasado em estudos da antropologia e da sociologia, estabelecendo vínculos entre a estética das famílias e a estética desenvolvida na escola. Criar um novo enfoque para a vida a partir das diferenças, e também dos conflitos, pode ser um processo dinâmico em que as diferenças se tornam elementos positivos de mudança social.

Interculturalidade, estética do cotidiano e ensino de arte são os assuntos-chave do meu trabalho. Mas de onde me veio este interesse?

Chegando aos meus sessenta anos, olho para trás e vejo a menina que fui, desde o início, multicultural. De sangue, de coração, de sentimento. Meu avô era baiano, o outro alemão. Nasci multicultural porque nasci brasileira. O que é preocupação, hoje, surgida há uns vinte ou trinta anos, das populações do mundo, foi sempre a nossa verdade brasileira, mas nem sempre a nossa preocupação. Como o Brasil se insere neste problema? É um problema também nosso, ou estamos livres dele? E a arte, nosso bem maior como educadoras, como se insere o ensino da arte neste contexto?

Estas as questões-chave da pesquisa, iniciada em um intercâmbio internacional com Rachel Mason, pesquisadora inglesa a quem conheci em um Congresso Mundial da InSEA - International Society for Education Through Art. O encontro com Rachel e seu interesse nas questões multiculturais vinculadas à estética do cotidiano veio somar-se a um desejo investigativo que há muito tomava corpo em minha caminhada de pesquisa.

Estabelecemos convênio da UFSM com duas Universidades da Grã-Bretanha: Roehampton Institute London, vinculado à Universidade de Surrey, e De Montfort University, em Leicester. E foi a partir deste convênio que encontrei os fios condutores para o meu estudo sobre ensino de arte: estética do cotidiano e multiculturalidade. Autoras mulheres nortearam o meu estudo, entre-vistas com mulheres estabeleceram a conexão necessária para compreender o vínculo entre a arte e a estética do cotidiano, artistas mulheres me forneceram a chave para o ensino da arte contemporânea, a partir da realidade da vida - da vida familiar, da vida de amor. E a escola, fonte de tanto prazer e de tanto encantamento, desafio de cada hora, me passava sua energia. Percebo que ganhei muito mais do que dei, nesta troca amorosa com tantas pessoas, ricas de conhecimentos, de experiências, de saberes.


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Ivone Mendes Richter é natural de Porto Alegre-RS (1939). Bacharel e licenciada em Desenho e Plástica pela Universidade Federal de Santa Maria, mestre em Arte-Educação pela Concordia University de Montreal (Canadá) e doutora em Educação pela Unicamp. Professora pesquisadora da UFSM, atua no curso de Pós-Graduação em Design de Estamparia. Foi presidente da Federação de Arte-Educadores do Brasil (FAEB) e conselheira mundial da International Society for Education Through Art (InSEA). Coordena intercâmbios internacionais de pesquisa com universidades da Alemanha, Canadá e Inglaterra desenvolvendo pesquisas em ensino de arte, inter-disciplinaridade, interculturalidade e estética do cotidiano. Seus trabalhos foram publicados no Brasil, Canadá, Coréia do Sul, Estados Unidos, Hungria, Inglaterra, Lituânia, Portugal, Uruguai e Venezuela.

 


Sobre os Autores:
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