No conjunto de abordagens psicológicas encontradas na Educação, a Psicologia Transpessoal apresenta-se como uma contribuição a mais na tentativa de estudar alguns outros aspectos humanos, que podem ser desvelados e incorporados a tantas outras importantes contribuições. O intuito deste livro é compartilhar as experiências vividas nos últimos dez anos de atividades docentes, ministrando aulas em nível de graduação e pós-graduação, tendo como suporte teórico e prático os subsídios oferecidos pela Psicologia Transpessoal para formação de professores.
TEMAS QUE COMPÕEM A OBRA:
PREFÁCIO
INTRODUÇÃO – PSICOLOGIA TRANSPESSOAL: UMA LEITURA RETROSPECTIVA INICIAL
Dualismo cartesiano
Estruturalismo
Funcionalismo
Comportamentalismo
Psicanálise
Gestalt
Humanista
Transpessoal
PROPOSIÇÕES TRANSPESSOAIS E SUAS IMPLICAÇÕES EDUCACIONAIS
A perspectiva holística
Mudanças na maneira de estudar fenômenos
Ocidente e Oriente
A unicidade das partes
A questão da consciência
UMA VISÃO TRANSPESSOAL DE CONSCIÊNCIA
A diferença fundamental
Propondo e inferindo
O CAMINHAR METODOLÓGICO
Os recursos técnicos utilizados
As técnicas utilizadas
Algumas vivências
FUNDAMENTANDO AS PRÁTICAS
A energia vital
A estrutura e a dinâmica da aura
Relações interpessoais
Os chakras
DOCÊNCIA, PESQUISA E EXTENSÃO
Na sala de aula
O início da aula
A amplitude da aula
Lidando com a própria energia
Relações interpessoais otimizadas
Além da sala de aula
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANEXOS
Textos para reflexões meditativas
Técnicas de respiração ritmada e de concentração
Técnicas de vizualização criativa
Técnicas de relaxamento
Técnicas de relações interpessoais
PREFÁCIO: O intuito do presente trabalho é tematizar as experiências vividas nos últimos dez anos de atividades docentes, ministrando aulas em nível de graduação e pós-graduação, tendo como suporte teórico e prático os subsídios oferecidos pela psicologia transpessoal para formação de professores.
Tematizar as experiências vividas é uma forma de repensar, interpretar, organizar e expor no papel aqueles momentos de vida que deram sentido à nossa atividade como docentes e pesquisadores. É registrar, por uma determinada perspectiva, uma trajetória de atividades universitárias e compreensões da vida que nos fez ser o professor que somos hoje.
Paralelo às atividades docentes estava o trabalho de orientação de dissertações e teses baseadas nesse movimento psicológico transpessoal já preconizado, na década de 1960, por Abraham Maslow, como subseqüente à psicologia humanista.
Além da formação de mestres e doutores nesse campo de estudos, também foi de suma importância a formação de professores de nível médio nos cursos de Pedagogia e nas licenciaturas (Física, Química, Letras, Biologia, Matemática, Artes, História etc.), ministrando a disciplina “psicologia do desenvolvimento” subsidiada por uma fundamentação e uma prática transpessoais.
Do mesmo modo também foi importante trabalhar com alunos do curso de Pedagogia, no qual foi possível desenvolver disciplinas eletivas voltadas para conteúdos específicos da psicologia transpessoal. Na formação desses especialistas em educação, era possível um trabalho mais intenso com uma didática que propunha uma pedagogia do afeto. Uma pedagogia que valorizasse o carinho nas relações interpessoais, a sensibilidade para com o outro, a tolerância para com as diferenças, a cooperação em vez da competição, a qualidade de vida em sala de aula.
Muitas são as perspectivas teóricas em psicologia da educação, geradas por correntes psicológicas que trouxeram inestimáveis contribuições para a educação formal. Entretanto, quando se trata de um objeto de estudo tão complexo como é o psiquismo do ser humano, outras concepções, oriundas de novas percepções a respeito desse ser, serão sempre bem-vindas.
No conjunto de abordagens psicológicas encontradas na educação, a psicologia transpessoal apresenta-se como uma contribuição a mais na tentativa de estudar alguns outros aspectos humanos que podem ser desvelados e incorporados a tantas outras importantes contribuições.
Num primeiro momento, esses escritos proporcionam uma leitura bem sucinta das diversas escolas psicológicas mais conhecidas, desde o estruturalismo de Wundt, até a escola humanista de Maslow, visando situar o surgimento da transpessoal no tempo mais atual. Todavia, esse situar implica também contextualizar uma mudança na maneira de estudar fenômenos psicológicos.
Em face dessa intenção primeira, o Capítulo 1 adentra nas proposições transpessoais e suas implicações para a educação, no que tange à perspectiva holística; à interação da cultura ocidental com a oriental levada a efeito nas últimas décadas; à globalização do mundo atual, assim como à diferenciação no estudo da consciência pela transpessoal.
No que se refere à consciência, o Capítulo 2 discorre, então, sobre a diferença fundamental entre as demais escolas psicológicas e a transpessoal, ao propor para o ser humano um modelo psicológico mais ampliado.
Para o modelo “corpo e mente”, propõe-se uma ampliação que se configure como “corpo, mente e espírito”. Um paradigma com essa configuração contempla questões que o modelo “corpo e mente” não dá conta de responder, assemelhando-se isso ao que não raro acontece em outros campos da ciência, quando o modelo anterior é insuficiente para os desafios que lhe são propostos pelo paradigma emergente.
A adoção do referido modelo transpessoal permitirá fundamentar uma didática transpessoal que subsidie e facilite o processo de ensino e aprendizagem, principalmente na área da psicologia educacional, e, de modo mais amplo, subsidiar fundamentos para uma educação para a paz.
O Capítulo 3 versa sobre a utilização de recursos metodológicos para pesquisar e desenvolver uma didática transpessoal, como retroprojetor e aparelho de som, além de outros não tão usuais, como o aurímetro e a máquina de fotografia Kirlian. Por outro lado, além das técnicas comuns de dinâmica de grupo, também foram utilizadas, em sala de aula, técnicas e vivências relacionadas a relaxamento, concentração, respiração ritmada, meditação, visualização criativa e outras.
No capítulo seguinte, fundamentamos as práticas de docência, dando noções sobre a energia vital (energia ki, chi, prana etc.) existente nos seres vivos e como ela se irradia ao redor do corpo humano, formando um campo energético conhecido como aura.
Esse campo energético que envolve o ser humano possui características psicológicas que podem ser registradas pela kirliangrafia, conforme suas transformações em termos de cor, de deformações, de desequilíbrio yang e yin, de configurações diferenciadas para estados emocionais que denotam tristeza, ansiedade, raiva, depressão, estresse etc.
Aproveitando os recursos de medição da referida energia, o Capítulo 4 trata também da importância das relações interpessoais harmônicas em sala de aula, tanto quanto da constatação experiencial e da possibilidade de realizar trabalhos com os centros energéticos denominados chakras, mormente na educação.
O quinto e último capítulo enfoca a parte prática deste trabalho, que compreende as atividades de docência, pesquisa e extensão, mostrando como essas ações do professor universitário estão intimamente relacionadas.
Principia-se a descrição dos trabalhos práticos com a sala de aula e o início da aula, indo até as atividades que transcendem esse espaço físico, no qual professores e alunos se envolvem mutuamente no cumprimento de seus papéis.
É nesse capítulo que são descritas e fundamentadas as vivências e técnicas de respiração ritmada, concentração, relaxamento, trocas energéticas, trabalho com os centros energéticos (chakras), meditação, visualização criativa etc.
São essas técnicas e vivências que dão suporte à atividade docente baseada numa didática transpessoal, visando à qualidade de vida dentro da sala de aula, assim como à busca de relações simpáticas e harmônicas entre os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.
Mas as pretensões dessa didática transpessoal vão além das atividades em sala de aula, no sentido de instrumentar o aluno para a construção do conhecimento necessário para se graduar nos diversos níveis do ensino. Ela pretende que o ser humano não desempenhe apenas o papel de estudante, mas seja um ser que transcende a sala de aula nas suas variadas dimensões de vida. Portanto, essa maneira de dar aulas não visa apenas pôr o aluno em relação menos estressante com o objeto do conhecimento, mas, antes, propõe mudanças e transformações na vida do aluno como sujeito do conhecimento.
Nas Considerações Finais, é feita uma ligeira referência a algumas contradições (entre tantas outras) muito marcantes no mundo atual, para fazermos uma ponte com o sentido de nossas proposições ao longo do trabalho e com o sentido de ser um verdadeiro educador.
Finalmente, retomando o modelo transpessoal de corpo, mente e espírito, expomos sua razão de adotar uma teoria sobrevivencialista da consciência e, com isso, oferecer alguns subsídios para uma educação para a paz.
Os anexos, incluídos no final da obra, são para oferecer aos professores, ou para aqueles que estão se formando para a docência, sugestões de várias técnicas ou vivências que facilitam o processo de ensinar e de aprender.
Logo no primeiro parágrafo deste prefácio, justificamos o motivo principal desta obra, qual seja, o de tematizar as experiências vividas ao longo de quase uma década de atividades docentes na graduação, na pós-graduação e nos serviços de extensão à comunidade, perpetradas pelos membros do nosso grupo de pesquisa.
Isso por si só justificaria o presente trabalho, mas ele pretende ainda contribuir para as atividades docentes de outros tantos colegas professores, que desejem compartilhar nossas experiências. Na verdade, somos mestres e aprendizes uns dos outros.
O objetivo geral desta obra é sugerir e oferecer subsídios da psicologia transpessoal como facilitadores para as atividades de docência.
Seus objetivos específicos são: divulgar a transpessoal na área da educação; compartilhar experiências de ensino e aprendizagem; expor as possibilidades e potencialidades de uma didática transpessoal; apresentar recursos metodológicos específicos; demonstrar a importância de trabalhar o campo energético humano em sala de aula; tecer comentários sobre a importância do magistério.
Acima de tudo, o presente trabalho é o agradecimento sincero a todos os professores e alunos que fizeram parte da nossa tarefa temporária pelos eternos caminhos da educação.
SOBRE OS AUTORES:
ANA MONTANARI – Professora doutora em Psicologia Escolar pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Colaboradora ativa do Grupo de Pesquisa em Psicologia Transpessoal. Professora de graduação e pós-graduação na Faculdade “Padre Anchieta” de Jundiaí, professora da pós-graduação em Psicopedagogia (ISCA-Limeira). Especialista em clínica e diagnóstico psicopedagógico.
CARLOS FRANÇA – Professor livre docente da Faculdade de Educação da Unicamp. Professor, pesquisador e orientador de mestrado e doutorado na área de Psicologia Educacional. Autor de vários livros e artigos científicos em psicologia da personalidade, adolescência, transpessoal, sexualidade humana, etc. Coordenador do Grupo de Pesquisa em Psicologia Transpessoal na FE/Unicamp.
VERA SALDANHA – Professora Doutora em Psicologia pela Faculdade de Educação da Unicamp. Psicóloga clínica transpessoal. Divulgadora da Psicologia Transpessoal em todo o Brasil e no exterior. Presidente da Alubrat (Associação Luso-brasileira de Transpessoal). Professora da Universidade da Paz (Unipaz) com inúmeros cursos, congressos e palestras realizados no país.
VIVIANE DIAS – Professora Doutora em Psicologia e como os demais autores desta obra, participante do Grupo de Pesquisa coordenado pelo Professor França. Com Dissertação de Mestrado e Tese de Doutorado especificamente em Psicologia Transpessoal. Professora com orientação didática transpessoal na Unip de São Paulo e ex-professora do Instituto Superior de Ciências Aplicadas de Limeira/SP.
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