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Educação e Psicologia em Debate
Virtudes e Educação
Luciene Regina Paulino Tognetta.
ISBN: 978-85-7591-066-5
Formato: 16 x 23 cm | Acabamento: Brochura
Páginas: 16 x 23 cm | Ano: 2009 | Edição: 1
Idioma: Português
Preço: R$ 0,00

O Desafio da Modernidade Luciene Regina Paulino Tognetta (org.)

 

Sinopse:

 

Por que tratar de virtudes no cenário da educação? Não seria uma volta ao passado, à arbitrariedade de cunho religioso a qual as instituições que ensinam experimentaram?
Parece-nos que há uma certa reserva quando o tema são as virtudes porque por muito tempo tal discussão se destacava somente na filosofia ou, por certo, na religião. No entanto, em tempos modernos, a psicologia moral resgata o conceito de virtude e o integra a um estudo sobre a natureza da moral. Será exatamente sobre esse conceito atual de virtude na psicologia moral que pretendemos versar.
Uma virtude é uma força que age ou que pode agir assegurada por um caráter espontâneo e, portanto, ligada às disposições próprias do sujeito que age. É verdade que a virtude consiste na conformidade com a razão, como causa e princípio da aprovação ou da desaprovação. Porém, o caráter de disposição da virtude deve ser atribuído também aos afetos, porque deles se origina a força que demanda uma disposição usual e costumeira do espírito. Tal afirmação pode apontar para uma constatação imprescindível da natureza humana: existe um sentido de realização, um estar voltado a agir em prol de si mesmo, superando-se, comum a todos os homens – a procura constante e uniforme do bem, da felicidade. Se assim o é, uma virtude constitui, primeiramente, o equilíbrio entre o bem a si e o bem ao outro, tarefas pretendidas pelas instituições que educam.
Nesse sentido, o livro que apresentamos visa cumprir o papel de destacar o tema das virtudes a ser fomentado no cotidiano escolar. São artigos que versam sobre algumas virtudes escolhidas dentre tantas outras: a justiça, a solidariedade, o amor, a amizade e a tolerância.
Mas como tratar das virtudes da amizade, do amor, da solidariedade, da justiça e da tolerância na escola sem apresentar uma fundamentação consistente que justifique esse trabalho?
Assim, os artigos que compõem este presente livro apontam, além de justificativas teóricas numa perspectiva interacionista, dados empíricos de pesquisas que podem comprovar a presença e a necessidade das virtudes em questão em contextos escolares e apresentar propostas de uma educação que atenda aos princípios éticos tão desejados pelas instituições que ensinam.
O primeiro capítulo, “As virtudes morais no cenário da modernidade” (Luciene Regina P. Tognetta), busca introduzir nossas reflexões e situar o tema das virtudes na filosofia e na psicologia moral, apontando suas definições e sugerindo sua aplicação em âmbitos educacionais.
Os capítulos “Injustiça e escola: Representações de alunos e implicações pedagógicas”(Maria Suzana De Stefano Menin); “A virtude da solidariedade em ambientes escolares”(Luciene Regina P. Tognetta); “A importância da virtude do amor e da vontade nas representações de si de professores”(Fernando Augusto Bentes de Souza Costa); “Um estudo sobre os sentimentos e os segredos de amizades infantis” (Jussara Cristina B. Tortella) e “Tolerância: A virtude da paz” (Nádia Badue Freire) apresentam os resultados de estudos empíricos sobre a presença de tais virtudes entre alunos ou entre professores, destacando, assim, a justiça, a solidariedade, o amor, a amizade e a tolerância em instituições que educam buscando compreender os mecanismos psicológicos necessários à sua construção.
Ainda cumprindo esse último objetivo, o capítulo “As virtudes nos contos de fada: Considerações a partir da teoria de Jean Piaget” (Maria Thereza Costa Coelho de Souza), seguindo a mesma trajetória dos estudos empíricos anteriores, atenta para a presença das virtudes nos contos de fada e as valorizações feitas pelos sujeitos de uma pesquisa aos personagens das histórias, lembrando-nos os pressupostos piagetianos sobre afetividade e suas relações com a inteligência para a construção dessas valorizações.
Agora vejamos: como lidar com os inúmeros conflitos diários que ocorrem no cotidiano de uma escola de forma que essas virtudes até então citadas possam também ser construídas? Em resposta a essa indagação, tão presente em nosso cotidiano, o capítulo “A autonomia, as virtudes e o ambiente cooperativo em sala de aula: A construção do professor” (Telma Pileggi Vinha e Orly Zucatto Mantovani de Assis), encerrando o presente estudo, comprova que o ambiente sociomoral da escola pode favorecer ou inibir na criança o desenvolvimento de estratégias mais elaboradas e eficazes de resolução de conflitos e assim promover ou não a construção das virtudes morais. Tal capítulo também traz uma reflexão sobre o processo construtivo do professor, analisando as dificuldades encontradas por ele para modificar sua práxis pedagógica visando organizar um ambiente propício à construção da autonomia e das virtudes.
Por certo, este livro cumpre seu papel de favorecer a discussão epistemológica, filosófica e psicológica da natureza da moral. E mais, objetiva apontar, diante de tais fundamentações, caminhos para a viabilização de posturas éticas em que a justiça, a solidariedade, o amor, a amizade e a tolerância, dentre tantas outras virtudes que poderiam ser citadas, possam se fazer presentes no cotidiano escolar.

Sobre a organizadora – Doutora em Psicologia Escolar pelo Instituto de Psicologia, USP. Realizou parte do estágio de doutorado nos Archives Jean Piaget, na Universidade de Genebra, Suíça. Membro do Grupo de Estudo, e Pesquisa em Educação Moral da Unesp e do Laboratório de Psicologia Genética da Faculdade de Educação da Unicamp. Docente de cursos de extensão universitária, graduação e pós-graduação no estado de São Paulo. Coordenadora do curso de pós-graduação pela Unifran “As relações interpessoais na escola e a construção da autonomia moral”. É autora do livro A construção da solidariedade e a manifestação de sentimentos na escola, pela Editora Mercado de Letras.


Sobre os Autores:
Luciene Regina Paulino Tognetta - É formada em Pedagogia pelo Centro Universitário Salesiano. Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Campinas. Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo. Atualmente está realizando Pós-Doutorado na Universidade do Minho (Portugal) e é pesquisadora e vice-líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral (Gepem - Unicamp/Unesp), no qual coordena a linha de pesquisa “Afetividade e Virtudes”.

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