Este livro é exemplo da boa antropologia e da contribuição que uma etnografia densa e competente pode dar para a compreensão do fenômeno dos quilombos e para a defesa dos direitos territoriais e intelectuais dos negros brasileiros que moram neles. Em suma, é uma exibição da antropologia como análise de parentesco, trabalho e política, que - ângulos diferentes de análise de uma situação humana e histórica concreta - combinam-se como as faixas do espectro social na análise da textura da vida humana.
Em São Pedro e Galvão, no Vale do Ribeira, o africano Bernardo Furquim fundou no século XIX “um pequeno reinado africano em pleno Brasil escravagista”. É a mensagem central deste livro de Celina de Carvalho. Como se sabe, negros resistentes à escravidão formaram territórios livres por quase todo o Brasil, e os descendentes desses insurgentes reivindicam hoje o reconhecimento como quilombolas pelo Estado.
Celina de Carvalho recebeu o II Prêmio Territórios Quilombolas, promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário em parceria com o INCRA, a SEPIR, a ABA e a ANPOCS, na categoria “ensaio inédito - doutorado”, com um ensaio baseado no capítulo III deste livro. E em 2009 ainda recebeu menção honrosa para publicação na terceira edição do mesmo Prêmio Territórios Quilombolas, na categoria “ensaio inédito - doutorado”, com outro ensaio baseado no capítulo IV deste livro. (do prefácio de Mauro William B. de Almeida)
SOBRE A AUTORA:
Maria Celina Pereira de Carvalho possui graduação em História pela Universidade de São Paulo (1989), mestrado em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas (1999) e doutorado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (2006). Em 2012 concluiu o pós doutorado em Antropologia pela USP. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia Rural, atuando principalmente nos seguintes temas: negro - Brasil, quilombola-Brasil e quilombo - aspecto histórico, relatórios técnico-científicos. Desde novembro de 2008 é pesquisadora de pós-doutorado em Antropologia Social pela FFLCH/USP. Atualmente trabalha no Serviço de Regularização de Territórios Quilombolas do INCRA/MG.
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