INTERSTÍCIOS ENTRE LINGUAGEM E CULTURA

Pode-se dizer que o par de termos “linguagem” e “cultura” constitui uma dupla de gêmeos siameses – não há como pensar num sem que se invoque, ao mesmo tempo, a ideia do outro. Os esforços de isolar um do outro, como acontecem com frequência no campo da Linguística e em outros campos afins, ou fracassam ou alcançam seus objetivos muito aquém dos resultados esperados, por ignorar que o primeiro – linguagem – nada mais é do que uma sinédoque que inevitavelmente remete ao segundo – cultura. Dito de outra forma, a linguagem é a ponta de um enorme iceberg chamado cultura. Esta, por sua vez, não só depende daquela para se manifestar, desabrochar, aflorar, em sua plenitude, como também para garantir sua coerência e sobrevivência. […] Os textos reunidos nesta coletânea, ao se dirigirem, direta ou indiretamente, à questão da relação entre a linguagem e a cultura, abordam diferentes aspectos teóricos e práticos que se encontram no caminho. Espero que essas breves palavras sirvam para aguçar a curiosidade do leitor, balizando, de certa forma, o terreno imenso que se descortina à frente, cheio de surpresas inesperadas, mas também de armadilhas traiçoeiras. (do Prefácio de Kanavillil Rajagopalan)

Sobre os organizadores

Claudiana Nogueira de Alencar é doutora em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Professora da Universidade Estadual do Ceará (UECE), onde coordena o grupo de pesquisa Pragmática Cultural, Linguagem e Interdisciplinaridade (PRAGMACULT) e o programa de extensão Viva a Palavra – Circuitos de Linguagem, Paz e Resistência da Juventude Negra da Periferia de Fortaleza. Atua no Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada (PosLA) e no Mestrado Acadêmico Intercampi em Educação e Ensino (MAIE) da UECE. Suas pesquisas em Educação Popular, Linguística Crítica, Pragmática Cultural e Pedagogia Decolonial focalizam a literatura marginal periférica de mulheres negras e as gramáticas culturais de resistência das juventudes, as trocas de saberes entre universidade e movimentos culturais populares e as lutas.

Dina Maria Martins Ferreira é graduada em Português-Francês pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Português-Literatura pela Universidade Santa Úrsula do Rio de Janeiro. Mestre em Análise do Discurso pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio); e doutora em Linguística pela UFRJ, com dois pós-doutoramentos, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na Sorbonne V (Paris, França). Professora visitante concursada do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada (PosLA) na Universidade Estadual do Ceará (UECE). Autora de quatro livros, além de organizadora. Possui vasta publicação de capítulos de livros, resenhas, artigos em revistas nacionais e internacionais. As temáticas de sua pesquisa versam sobre identidade, linguagem e políticas de representação, visão crítico-pragmática e gênero.

Kanavillil Rajagopalan é professor titular (aposentado-colaborador) na área de Semântica e Pragmática das Línguas Naturais da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pesquisador 1-A do CNPq. Participa em programas de pós-graduação na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e na Universidade Federal de Tocantins (UFT – Campus de Porto Nacional). Nasceu na Índia, onde obteve B.A. em Literatura Inglesa (Universidade de Kerala), M.A. em Literatura Inglesa (Universidade de Delhi) e M.A. em Linguística (Universidade de Delhi). Fez diploma em Linguística Aplicada na Universidade de Edimburgo (Escócia); doutorado em Linguística Aplicada na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP); e pós-doutorado em Filosofia da Linguagem na Universidade da Califórnia (Berkeley, EUA). Já publicou seis livros e mais de seiscentos textos (artigos em revistas nacionais e internacionais, resenhas, resumos, capítulos de livros, prefácios, apresentações e textos em anais de congressos).

ISBN: 978-65-86089-99-8
Páginas: 360
Formato: 14 x 21 cm
Acabamento: Brochura
Edição: 1ª
Idioma: Português
Ano: 2022