O conjunto de textos desse livro visita variados temas com uma preocupação constante: enxergar o verso das questões para nele tecer, com categorias encontradas nos pensamentos de Bakhtin, Vigotski e Bateson, elementos de respostas que sustentem uma prática de relações educativas.
Nossos temas, aparentemente aleatórios, resultam de provocações ora trazidas pela participação em eventos de formação de professores, seminários, congressos e assemelhados, ora levantadas por nossos alunos e posteriormente discutidas pelos autores, de diferentes maneiras. Cada texto guarda marcas de seu processo de produção e o estilo varia segundo a maior ou menor contribuição de cada um de nós em sua elaboração. Nós assinamos a todos, como produto de um trabalho coletivo, mas sabemos cada um de nós – e o leitor poderá detectar isso até mesmo nas remessas bibliográficas – que mantivemos nossas especialidades e contribuímos de forma distinta para a versão final deste livro.
Esperamos, com a reunião destes textos, colaborar com a discussão sobre as questões de desenvolvimento, sobre a centralidade da linguagem nos processos de constituição das subjetividades, sobre a importância de ultrapassar os quadros propostos se fazendo acompanhar pelas manifestações artísticas, sobre a imperiosa relação com a alteridade e sobre as disponibilidades que as novas tecnologias estão aportando e que nos provocam pelas práticas que a partir delas estão em construção.
“Este é um livro onde louvamos a Transgressão, onde a transgressão e os transgressores são lidos com verdadeira fruição porque somos convidados por eles a transgredir o cânone, a ignorar o mito, a perguntar o simples e, sobretudo, a nos comover com eles (co-mover, mover-nos com). Achamos que talvez seja essa a primeira e última causa do pensar: provocar transgressões, convergir nas margens, voltar e sair com algo parecido a essa liberdade que todos sabem que existe mas que ninguém consegue definir (de-finir, pôr um fim) e que é mais ou menos como a vida.”