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A relação de Freud com a filosofia esteve marcada por uma forte ambivalência: admiração pelo rigor do pensamento filosófico e recusa diante de sua tendência especulativa. Lacan, por sua vez, dialogou de forma próxima com a filosofia, tomando-a como campo limite à psicanálise, construindo uma relação de tensão que não pode, contudo, ser confundida com qualquer ambivalência. Ao nomear esta coletânea “Ensaios de Filosofia e Psicanálise”, buscamos construir um espaço possível de junção e disjunção entre discursos que não caminham na mesma direção, nem visam o mesmo fim, mas que podem produzir uma diz(junção) ao se tensionarem mutuamente. Os artigos e ensaios aqui compilados não apresentam qualquer proposta de resposta unificada à disjunção entre filosofia e psicanálise. O leitor encontrará textos de filosofia da psicanálise, de psicanálise, de filosofia, de filosofia e psicanálise, de filosofia da psiquiatria, bem como olhares distintos – da filosofia e da psicanálise – sobre uma mesma temática. Optamos pela colocação lado a lado de artigos e ensaios que defendem posições antagônicas e diversificadas sobre o que não se pode dizer. Como um jogo de eco às avessas, tanto nos deparamos com a opção por calar diante daquilo de que não se pode falar, quanto por insistir em formalizar o que não cessa de não se inscrever. Que o leitor encontre aí sua via particular.