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O sujeito ganha assim um duplo registro: representado pelo significante, inscrito na letra. Do entrechoque, do contraste entre letra e significante resultam diversos exercícios do semblante, desde as práticas mais alienadas de uma burocracia até as modalidades mais sublimes da arte e do pensamento. Nesse sentido, litoral é um saber-fazer com a materialidade da linguagem.
Um campo de saber é um regime de articulação entre a letra e o significante. Se a metáfora e a metonímia são as operações básicas da ordem significante, que tipo de encruzilhada formal mostraria a presença da letra? Qual figura linguajeira poderia inscrever a resistência material que ela exerce? Há algumas razões para considerar que o contraste, a antítese, o choque, figuras de efeito que marcam uma interrupção do fluxo de sentido, constituem um primeiro indício de que alguma resistência material está em exercício, produzindo-se, atualizando-se. Mas esta afirmação é demasiado genérica, apenas um primeiro movimento que corresponde determinar a cada passo, especificar em seus detalhes.