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A proposta de tradução para o português do presente texto de Janette Friedrich mostra-se oportuna e instigante. Os leitores podem, no entanto, perguntar: por que mais um livro sobre Vigotski? O que esse pequeno livro pode acrescentar ao que já se sabe sobre Vigotski nos dias de hoje?
A novidade dessa publicação encontra-se no modo como a autora lê e dialoga com a teoria de Vigotski, como compreende e discute suas ideias, como nos convida a uma leitura que nos leva a pensar no interior do pensamento do autor. Como ela mesma diz, não se trata de reproduzir as ideias de Vigotski ou de falar dele, mas de pensar com ele.
O amplo e profundo conhecimento que a autora tem da História da Filosofia, da Psicologia, dos Estudos da Linguagem e das Ciências da Educação permite a ela situar a obra de Vigotski no âmbito das Ciências Humanas, destacando e redimensionando questões que foram por ele levantadas e que ainda hoje suscitam acirradas discussões.
Friedrich apresenta Vigotski como psicólogo, pesquisador do ensino e da escola. Aqui, ela já marca um ponto de vista e ressalta um dos objetivos de suas interlocuções nesse trabalho, que consiste em explicitar a fundamentação filosófico-epistemológica das ideias do autor, discutindo as implicações dessas ideias para o ensino e a educação formal. O livro reúne, assim, um conjunto de pontos cruciais da obra de Vigotski, dentre os quais se destacam o método, o psiquismo humano, o instrumento psicológico, a elaboração conceitual, as relações de ensino.
Janette Friedrich trabalha como professora e pesquisadora na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação na Universidade de Genebra, no campo “Aportes da Filosofia para a educação e para a formação”; é membro do Grupo de Pesquisa “História e Epistemologia das Ciências da Linguagem”, cadastrado no CNRS (Conselho Nacional da Pesquisa Científica), em Paris, França. Doutora em Filosofia pela Universidade Humboldt de Berlim, Alemanha, e especialista em Vigotski e Bühler, desenvolve estudos na área da história, epistemologia e filosofia das ciências humanas, sobretudo no que diz respeito à tradição soviética e alemã dos anos 20. Organizou os livros de Lev Vigotski, A Significação histórica da crise em psicologia (Paris, Dispute, 2010) e A teoria da linguagem, de Karl Bühler (Marseille, Agone, 2009), além de números temáticos de revistas.